A Rodman, que se instalou há ano e meio no Parque Empresarial de Valença, ao abrigo de um contrato de investimento celebrado com o Estado, em 2004, e ratificado em 2007, está a laborar com apenas sete trabalhadores portugueses.
A unidade de fabrico de embarcações de pesca e recreio de pequeno porte anunciou, aquando da sua instalação, a criação de cerca de 250 postos de trabalho directos, podendo chegar até aos 400 indirectos. Iniciou a laboração em Setembro de 2007 com um número de trabalhadores inferior ao prometido e no final de 2008 procedeu a um despedimento colectivo, esvaziando-se praticamente de actividade laboral. A firma representa um investimento de cerca de 12 milhões de euros, é constituída por dois pavilhões cobertos de 20 mil metros quadrados e tida como "uma das mais avançadas" do mundo.
O JN sabe que está prevista a não renovação de contrato a alguns dos sete trabalhadores no activo, mas o grupo nega ser sua intenção encerrar a fábrica em Portugal. "Devido à actual situação de mercado, provocada pela crise económica que está afectar o mundo inteiro, foi levado a cabo na Rodman Lusitânia um despedimento colectivo, de que foi dado conhecimento à administração portuguesa", afirma a presidência do grupo espanhol em resposta escrita a questões colocadas pelo JN, referindo que "actualmente na empresa trabalham sete trabalhadores portugueses, conjuntamente com um grupo de espanhóis responsáveis pelo desenvolvimento de novos modelos e o funcionamento da máquina de CNC". E acrescenta: "A intenção da companhia é retomar a actividade, quando a situação económica recuperar. Não tem intenção de encerrar a empresa. A Rodman está a trabalhar no desenvolvimento de novos modelos para estar preparada para quando o mercado recuperar e poder assim retomar a sua actividade".
A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal comparticipou a criação dta fábrica, nomeadamente na compra de terrenos (65 mil m2), instalações e maquinaria. Há cerca de um mês, o deputado Honório Novo (PCP) questionou, na Assembleia da República, se existe na Rodman "incumprimento do contrato estabelecido com o Governo", mas, segundo declarou, ontem, ao JN, aquele parlamentar, não obteve ainda qualquer esclarecimento.
in Jornal de Notícias
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