A Câmara de Valença espera obter este mês a garantia de "exceção" no apoio de 85 por cento pelo QREN aos cerca de seis milhões de euros necessários à construção do Centro de Inovação e Logística.
A garantia foi transmitida hoje à Agência Lusa pelo presidente da Câmara de Valença, Jorge Mendes.
Trata-se de um apoio aprovado pela Comissão de Coordenação Regional do Norte (CCDR-N), mas que está suspenso no âmbito da reestruturação dos fundos do QREN decidida pelo Governo.
Contudo, o autarca Jorge Mendes admitiu à Lusa ter recebido garantias do Governo que já está a ser preparada a sua inclusão na lista das exceções para que a comparticipação se mantenha e a obra avance.
"Só pode ser uma exceção, porque há já uma parte da obra a concretizar-se. Se não fosse assim, teríamos de esperar pela reprogramação do QREN. Estamos convencidos que até ao final do mês teremos o financiamento", admitiu o social-democrata.
No âmbito da Bolsa de Mérito aberta há um ano pela CCDR-N, a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, por apresentar a mais alta taxa de execução de fundos comunitários, submeteu três projetos que beneficiariam de uma compartição de 85 por cento por fundos comunitários, justificada pela abrangência regional.
Foi o caso da Escola Superior de Desporto de Melgaço e o Centro Cultural de Viana do Castelo (antigo coliseu), estas em fase final de construção e com o financiamento garantido, e do Centro de Inovação e Logística de Valença.
"Nem me passaria pela cabeça que Valença fosse renegada para segundo plano", afirmou ainda o autarca.
Em causa está a construção do Centro de Inovação e Logística, que vai receber uma escola superior e atividades de apoio empresarial, num investimento, já adjudicado, superior a 4,5 milhões de euros.
A obra deverá ser suportada em 85 por cento por fundos comunitários, cabendo a restante fatia do investimento à autarquia, que será detentora do equipamento.
Segundo Jorge Mendes, no mesmo edifício, a construir de raiz num terreno que a autarquia comprou por 600 mil euros há uma década, vai funcionar a Escola Superior de Ciências Empresariais.
A escola é hoje frequentada por cerca de 500 alunos, mas o novo espaço vai ainda acolher centros de divulgação da ciência e logística, de formação autárquica, um "ninho" de empresas e um centro de apoio às atividades empresariais.
O Centro de Inovação e Logística vai contar também com um auditório com capacidade para 220 pessoas sentadas.
"Sentia-se a falta de um espaço deste género, sempre que se pretendia realizar um congresso ou um evento de maior dimensão", explicou à Lusa Jorge Mendes.
Além da construção do edifício, está já em curso uma segunda empreitada do mesmo concurso, por menos de um milhão de euros.
Trata-se da obra do Parque Urbano envolvente, que prevê um campus tecnológico, um anfiteatro e uma rua desportiva, entre outras valências.
"Hoje, Valença não tem uma centralidade, um local onde as pessoas se encontrem. Queremos tornar este Parque Urbano num ponto de encontro intergeracional", acrescentou Jorge Mendes.