Nove amigos, naturais de Valença, juntaram-se há relativamente um ano e lançaram o projeto The Dark Side Project. Uma banda de rock progressivo que homenageia os Pink Floyd. No passado sábado, dia 11 de Junho, atuaram pela primeira vez na freguesia de Verdoejo, em Valença. Tiveram casa cheia. 450 pessoas assistiram ao concerto desta nova banda que interpreta músicas do álbum "The Dark Side of the Moon" da famosa banda britância dos anos 60.
A banda é formada pela Ana Rita Esteves na voz, Bruno Esteves na guitarra, Dora Ferreira na voz, Jorge Lima na voz e teclas, José Carlos Esteves na voz, Luís Miguel Vilarinho na guitarra baixo, Paula Ferreira no saxofone, Pedro Souto na bateria e Rui Esteves na guitarra. Todos os elementos têm ligações a Verdoejo, uns naturais, outros agora residentes e todos os nove membros se conheciam antes de avançar para este projecto existindo inclusive laços familiares entre a maioria deles.
Os elementos têm formação musical diversificada em escolas de música, academias ou conservatórios e contam com participações em diversos projetos de cariz musical desde bandas de garagem a corais polifónicos passando por grupos populares, tunas ou orquestras.
Minho Digital (MD) - Como e quando aparece este projeto Dark Side Project?
Dark Side Project (DSP) - Há cerca de um ano atrás, os antigos elementos dos “Traça”, banda de covers e também temas originais de inspiração rock, já extinta há quase 18 anos, decidimos voltar a pegar nas guitarras e preparar algo para levar a palco em jeito de “remember”. Ao fim de alguns ensaios e analisando um possível reportório, decidimos apostar num alinhamento que fosse estruturado com base numa obra e não em diversas músicas isoladas. Como Pink Floyd sempre foi uma referência musical para nós, a escolha recaiu sobre este álbum, The Dark Side of the Moon. Nesse momento, o projeto resumia-se a quatro elementos e uma ideia pelo que o passo seguinte foi apresentar o projeto a amigos ligados à música e chegar à formação atual da banda.
MD - Os Pink Floyd são a vossa inspiração. Decidiram fazer um tributo a esta banda britânica nomeadamente ao álbum The Dark Side of the Moon. O que vos une a eles?
DSP - O que nos une é a admiração pela revolução que Pink Floyd trouxe ao mundo da música. Todo um conceito novo de criação, produção e espetáculo. Os álbuns estruturados e apresentados em concerto de forma quase teatral, as letras fortes, os solos de guitarra intermináveis e determinadas músicas que por si só dariam um álbum.
MD - Sentem uma grande responsabilidade por estarem a “encarnar” este grande nome da música rock dos anos 60?
DSP - É sempre uma enorme responsabilidade interpretar qualquer obra de referência, muito mais quando se trata da maior banda de sempre de rock progressivo e de um dos álbuns mais importantes da história.
MD - Porquê a escolha do álbum The Dark Side of The Moon de 1973? Porquê, em específico, optar por fazer tributo a este álbum?
DSP - The Dark Side of The Moon foi o álbum impulsionador de Pink Floyd como banda à escala planetária, tornando-se num dos álbuns mais reconhecidos em todo o mundo. A escolha foi óbvia por tudo o que representa para a história da banda e da música em geral.
MD - Vocês apresentam as músicas dos Pink Floyd fiéis às versões originais ou acrescentam algo de novo ou inovador?
DSP - O nosso objetivo é interpretar a versão original gravada em estúdio entre 1972 e 73.
MD - Os tributos que dedicam aos Pink Floyd, variam consoante os concertos ou o reportório é o mesmo para todos eles?
DSP - O nosso projecto tem como base a interpretação do The Dark Side of the Moon. Todo o espetáculo está estruturado em torno do álbum. Temos outras músicas preparadas para levar a palco mas o concerto baseia-se especificamente no The Dark Side of the Moon.
MD - Qual é o público alvo dos Dark Side Project? A quem se dirige a vossa música?
DSP - O som característico e as músicas de Pink Floyd são intemporais e abrangentes, temas como Money ou Time ainda hoje fazem parte da playlist de qualquer rádio. O nosso público alvo é todo aquele que goste de rock, dos 8 aos 80.
MD - No sábado passado, dia 11 de Junho, tiveram a vossa estreia deste projeto no palco da freguesia de Verdoejo. Como foi o concerto? Quantas pessoas estiveram na plateia? Superou as vossas expetativas?
DSP - Este concerto foi preparado com a dedicação não só dos músicos mas também de uma excelente equipa a quem estamos extremamente gratos, que ajudou a produzir todo o espetáculo ao nível da logística, som, luz, vídeo, fotografia e cenários. Foi um longo ano de trabalho.
As expetativas eram altas da nossa parte e sendo este o concerto de estreia do projeto, todos os detalhes foram preparados com muito rigor. Tivemos casa cheia, cerca de 450 pessoas o que nos deixou obviamente orgulhosos. Após o final da nossa performance e dos primeiros feed backs do público, saímos do auditório com a sensação de dever cumprido e de que todo o trabalho foi recompensado com uma noite fantástica e um ambiente fabuloso.
MD - Os Dark Side Project garantem que os concertos são um espetáculo multimédia. De que forma é que isso se traduz em palco?
DSP - Todo o alinhamento musical do espetáculo é sincronizado com projeções de imagens e filmes originais dos Pink Floyd e também com conteúdos próprios da nossa banda. Estes elementos visuais reforçam o sentido musical da obra e da mensagem de cada música ao longo do concerto, dando uma outra dimensão a todo o espetáculo.
MD - Já têm concertos agendados para breve?
DSP - Vamos subir ao palco novamente no dia 25 de Junho também em Verdoejo, desta vez num palco ao ar livre. É um concerto inserido na programação da V Feira das Tradições promovida pela Associação Cultural de Verdoejo. Temos outros convites em mãos para analisar e muito brevemente surgirão novas datas e locais a anunciar.
MD - E projetos futuros. Existem?
DSP - Este projecto acabou de sair da “incubadora” há poucos dias pelo que seria muito prematuro falar de outros projetos, para já.
MD - Os nove elementos do grupo têm a sua vida pessoal e profissional aparte deste projeto. Quantas vezes ensaiam por semana? De que forma conseguem conciliar ensaios, concertos e vida pessoal?
DSP - Este projeto exigiu um nível de compromisso e sacrifício muito alto por parte de todos os elementos, dada a dificuldade em conciliar vida profissional, familiar e outros compromissos com os ensaios e os preparativos necessários para o espetáculo. Ensaiamos por norma uma vez por semana o que implica uma grande sintonia entre os elementos para conjugar todos esses fatores. Foi um ano em que a amizade existente entre todos os elementos da banda e respetivas famílias fez com que fosse possível investir muitas horas neste projeto.
MD - O material que levam convosco para os concertos, nomeadamente para a montagem do cenário e os instrumentos musicais, foram adquiridos por cada um de vós a nível pessoal ou são fruto do vosso trabalho enquanto banda?
DSP - O material usado é dos próprios membros mas a maioria do material técnico utilizado em palco é propriedade de um dos membros do projeto, um dos factores preponderante para a viabilidade e exequibilidade do mesmo. Visto que estamos a falar de um projeto recente, não podemos dizer que houve algum tipo de investimento feito com recurso a fundos gerados pela própria banda.
MD - Acreditam que o vosso projeto é reconhecido em Valença? As pessoas sabem da vossa existência?
DSP - A julgar pela moldura humana que assistiu à nossa estreia e às abordagens que tem surgido com vista a realizar outros espetáculos, podemos dizer que o nosso projeto está a ter algum impacto no panorama cultural da nossa região.
MD - Qual o vosso maior objetivo enquanto banda de progessive rock que são? Até onde ambicionam chegar?
DSP - O nosso objetivo inicial era produzir um espetáculo único. Entretanto a curiosidade e as expetativas foram crescendo à nossa volta e as abordagens começaram a surgir. O ponto essencial que nos une é a responsabilidade de interpretar uma obra que é “A” referência musical comum a todos os elementos. Queremos continuar a crescer em qualidade e claro, realizar mais atuações em locais adequados ao conceito para manter um padrão de qualidade sem desvirtuar a essência do projeto.
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