segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vendas desiludem comerciantes de Valença

 Os 500 presépios que se encontram dispersos por toda a cidade de Valença deveriam servir de atractivo para mais visitantes e turistas nesta altura do ano. Os comerciantes até aderiram ao desafio lançado pela autarquia e adornaram, como puderam, as suas montras, mas o ‘espírito natalício’ está longe daquilo que era há meia dúzia de anos.
As centenas de presépios erguem-se pelas principais praças da cidade e iluminam as pequenas montras do comércio típico local. Muitos dos que se encontram pelas ruas foram elaborados com simplicidade por instituições e associações locais, tentando ‘vender’ a imagem turística valenciana.
Os comerciantes até aderiram à iniciativa e a organização conta com cinco centenas de presépios, mas para os comerciantes do centro histórico amuralhado, habituados até há uns anos atrás a fazer ‘muito negócio’ continuam a lamentar-se das “poucas vendas” e dos “poucos clientes”.
“Em mais de 30 anos nunca vi isto assim”, disse João Novo, da ‘Casa Novo’ - que vende todo o tipo de atoalhados e afins para o lar.
Pouco movimento nas ruas, logo, poucas vendas
“A iniciativa foi da câmara, mas não acredito que venha a ter grandes resultados. Nesta altura do ano, costumávamos ter mui- tos turistas da Galiza a fazer aqui as suas compras de Natal, mas hoje em dia já não é assim”, atirou o comerciante.
O clima de algum pessimismo paira no ar e os lojistas, ainda sobreviventes da crise que se arrasta, reflectem-no, quase todos, sempre que se lhes pergunta como está o seu negócio.
Em pleno dia de fim-de-se-mana, são poucas as pessoas que se avistam pelas ruas, a não ser os comerciantes que entram e saem dos seus espaços, sempre na expectativa de cativar um novo cliente, mas lamentando sempre o pouco movimento que se tem feito sentir.
Lurdes Pinto, da ‘Casa Leirós’, considera que “a iniciativa até foi boa, porque seria uma forma de tornar a cidade e o seu comércio mais atractivo, mas, infelizmente são poucos os produtos que se têm escoado. Em comparação com aquilo que acontecia nesta altura há anos atrás, está muito mau”.
No sector da ourivesaria, o consumo também já não é aquilo que foi. Dinis Cacho, um dos proprietários da ‘Joalharia Cacho’ diz, todavia, que o desafio lançado pela autarquia valenciana até foi boa ideia.
“Todas as iniciativas são boas, mas nesta altura de crise, o nosso negócio é sempre o primeiro a sofrer. Neste momento, está péssimo. Apenas nos procuram para pulseiras e pilhas”, lamentou o empresário.
“O espanhol, hoje em dia, também já não tem capacidade económica. Há famílias inteiras no desemprego”, apontou Dinis Cacho, referindo que, actualmente, o comércio transfronteiriço está também mudado.
Regra geral, os comerciantes consideram que a iniciativa da câmara em motivar os comerciantes para ornamentar as suas lojas com adornos alusivos à quadra natalícia “até foi boa”, mas lamentam todos o “pouco movimento” que se tem vindo a sentir, sobretudo nos últimos quatro a cinco anos, considerando que este é, até agora, o seu “pior ano” comercial.
Pai Natal chega amanhã
Valença oferece, por estes dias, uma série de iniciativas que serão dinamizadas até vésperas de Natal, com o objectivo de conseguir atrair mais alguns visitantes e turistas. Amanhã há a visita do Pai Natal.
O Pai Natal chega amanhã à Praça da República de Valença, onde vai voltar depois de amanhã e, de novo, na próxima sexta-feira.
O Pai Natal vai trazer com ele uma quinta que inclui uma série de actividades destinadas para divertir os mais novos.
Há ainda uma feira de artesanato da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficente Mental (dias 6 e 8) concertos natalícios (dias 9 e 10, na Alfândega), uma viagem nocturna com laternas à fortaleza (dia 15) e uma ‘fortaleza de chocolate’ (nos dias 16 e 17 - com uma mostra de presépios bolos e até esculturas ao vivo com chocolate).
in Correio do Minho

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