Coordenadores não se têm articulado, diz José Serra, eleito pelo PS
O presidente da Câmara de Valença, eleito pelo PS, sugere a demissão dos coordenadores da Sub-região de Saúde de Viana do Castelo (SRSVC) e da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), criticando o que diz ser a "falta de diálogo" daqueles responsáveis. Um claro sinal de que a contestação à reestruturação das urgências pode ainda não estar terminada.José Luís Serra disse ao DN que assinou um protocolo com o Ministério da Saúde aceitando o encerramento nocturno do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do concelho. No entanto, fê-lo com base em "alguns pressupostos" que, diz, não estão a ser cumpridos pelas entidades locais. "Assinei o acordo com o intuito de defender os interesses da população. Mas começa a notar-se uma desarticulação no trabalho dos responsáveis da ARS-Norte e da sub--região de saúde, que demonstram incapacidade para resolver os problemas. Está muita coisa a falhar no terreno e algumas são inadmissíveis", garantiu.Apesar do acordo celebrado, Serra afirma que não tem qualquer contacto com o coordenador da SRSVC "há meses". "Acho inadmissível e lamentável que se esteja a chegar a este ponto, o mesmo sucedendo com a ARS-N", sustenta. E vai ainda mais longe: "Se [os responsáveis regionais] não se sentem em condições, a única solução é a demissão, porque estão a falhar em toda a linha."Mesmo reconhecendo a "forma muito mais humana e dialogante" da nova equipa ministerial, liderada por Ana Jorge, o presidente da Câmara de Valença garante que a nível regional "isso não está a acontecer". "Era necessário um diálogo que não está a existir. Talvez por falta de capacidade ou empenho das estruturas regionais", disse ainda o autarca que, em 2007, liderou um protesto contra Correia de Campos que terminou com o corte, por parte de mais de mil manifestantes, da ponte internacional que liga a Espanha.Protocolo será denunciadoNão foi possível obter qualquer comentário por parte daquelas duas estruturas regionais, mas o certo é que, neste cenário, o autarca de Valença admite mesmo denunciar o protocolo que assinou com o Ministério da Saúde para o fecho do SAP do concelho, se o transporte pré-hospitalar "não funcionar". "Não terei problemas em denunciar o protocolo", afirma, lembrando os problemas relacionados com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que têm vindo a público e que "obrigam a ter cautela". Em Agosto de 2007, os presidentes das câmaras de Melgaço, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Valença e Caminha assinaram protocolos com o Ministério da Saúde que viabilizavam o encerramento dos serviços de atendimento permanente locais, no âmbito da requalificação da rede nacional de urgências. Com essa requalificação, o distrito passará a contar com um serviço de urgências médico-cirúrgico, no Centro Hospitalar do Alto Minho, e dois serviços de urgência básica, um dos quais no Centro de Saúde de Monção. O outro será em Ponte de Lima. O distrito será ainda dotado de três ambulâncias de suporte imediato de vida do INEM, para assegurar o transporte pré-hospitalar, e algumas dezenas de camas para cuidados continuados."As viaturas podem estar muito bem equipadas, mas se não houver coordenação, o sistema não funcionará. Não chega ter meios técnicos, é preciso que eles funcionem. E o município de Valença quer que fique inequívoco que não se repetirão episódios como os que recentemente vieram a público, relacionados com o INEM", disse ainda Serra.
in, Diário de Notícias
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