Um acidente de viação ocorrido na passada terça-feira em Gandra, Valença, que provocou ferimentos graves a um residente na localidade, foi a gota que transbordou do copo para muitos dos moradores na freguesia, que se afirmam "fartos" dos sinistros verificados junto ao cruzamento que serve a zona industrial. Em vários casos, mesmo mortais, asseveram. Há muito identificado pela Câmara como um dos mais preocupantes "pontos negros" do concelho, o cruzamento deverá ser eliminado para dar lugar, ainda este ano, a uma rotunda."Vivemos com o coração nas mãos. Nalguns casos, é preciso que ocorra uma morte para que se faça alguma coisa. Aqui, várias foram já as pessoas que perderam a vida, mas o problema continua por resolver", insurge--se Manuel Fernandes, domiciliado junto à estrada ("Nacional 13"), há perto de uma década."Uma tragédia"Desde então, já perdeu a conta ao número de carros que só conseguiram imobilizar-se quando colidiram contra a vedação da sua moradia. "Uma tragédia que podia ser evitada", lamenta.No local, situado entre os acessos da A3 e a sede de concelho, o limite de velocidade é de 50 quilómetros por hora, mas poucos serão os automobilistas a cumprir, ali, o Código da Estrada, sentencia Albino Sousa, também domiciliado junto à estrada nacional. "Se a placa diz 50, a maioria circula a 100. Pelo menos", assinala, dando conta de que, na localidade, muitos são os que defendem a instalação de semáforos no cruzamento."Apresentámos a situação à Câmara há perto de dois anos. No nosso entender, é problema que já deveria ter sido resolvido, uma vez que várias foram as pessoas que ali perderam a vida", considerou o autarca local, António Sousa. Segundo o presidente da Câmara, José Luís Serra, a recuperação da "Nacional 13", entre Valença e Caminha, empreitada a cargo da holding Estradas de Portugal e que deve arrancar em breve, compreende a criação de uma rotunda no local.
In Jornal de Notícias
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