Completam-se, esta quarta-feira, 75 anos sobre a descida, forçada, do hidroavião pilotado pelo célebre aviador norte- americano Charles Lindbergh nas águas do rio Minho. Concretamente, em Friestas, freguesia que ergueu um monumento para evocar o feito.
Há precisamente 75 anos, um hidroavião começou a descer, para espanto de muitos, em direcção ao rio Minho. Após diversas voltas, em busca de um lugar para pousar o aparelho, o piloto opta pelas águas do rio internacional, imobilizando o seu "Lockheed" numa enseada situada junto à Ínsua do Crasto, em Friestas, Valença, perante uma população que correu para o acolher. Aos comandos da aeronave, seguia o célebre aviador norte-americano Charles Lindbergh, que vinha, então, acompanhado de sua esposa, Anne Morrow. Motivo da descida no rio Minho: falta de gasolina.
O episódio, que surpreendeu, então, diversas personalidades dos dois lados da fronteira, que acorreram a Valença para encontrar-se com o piloto que, seis anos antes, se havia convertido em lenda pela solitária travessia do Atlântico Norte, não passaria, também, despercebido à pacata localidade que acolheu, na altura, o herói da aviação. Há mais de uma década, Friestas decidiu honrar a inesperada visita de Lind-bergh com um monumento saído das mãos de um filho da terra, Alípio Nunes, que foi, também, um dos maiores defensores da criação de obra que evocasse o feito.
"Na freguesia, sempre se falou muito nisso, mas cada pessoa começava a ter uma versão própria. Por isso, a Junta decidiu-se pela criação de uma obra que eternizasse o que aconteceu", refere. Confesso autodidacta, diz que a concepção do monumento prolongou-se por dois anos, consistindo a criação numa pirâmide de granito de 23 toneladas e numa estrutura em ferro, com 800 quilos. "Prescindimos dos nossos vencimentos durante alguns meses para custeá-la", assinala o autarca local, Manuel Cunha, afiançando que, apesar dos esforços da Autarquia a que preside, "a criação não tem merecido a mesma atenção, por parte de outras entidades".
In Jornal de Notícias
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