O Tribunal Judicial de Valença agendou para esta tarde as alegações finais, por parte do Ministério Pública e da Defesa, do caso do "gangue do McDonald's", acusado de dezenas de crimes, entre os quais o homicídio de um gasolineiro daquele concelho.
Após a inquirição de 160 testemunhas referentes a 32 inquéritos de várias comarcas do Norte, o julgamento, que decorreu em Valença durante cerca de três meses rodeado de aparatosas medidas de segurança, avança para a fase final. Os seis membros do gangue, entre os quais dois irmãos, respondem por crimes praticados entre Junho de 2007 e o início de 2008.
Durante o julgamento, o Ministério Público tentou mostrar que o grupo actuava "em locais isolados" e tinha um modus operandi "altamente violento" que "causou alarme social". Quase todos os arguidos têm antecedentes criminais, como Manuel Alberto Cunha, de 28 anos, apontado como líder do gangue, e o seu irmão, Nelson André, quatro anos mais novo. Cumpriram penas de prisão de quatro e cinco anos na Guarda, por furtos e homicídio na forma tentada, e logo aí, segundo a acusação, começaram a planear estes crimes. Já na Maia, de acordo com a acusação, formou-se o restante grupo que começou a actuar no Verão de 2007 com "planos gizados" para usar armas de fogo, viaturas furtadas por carjacking (e sempre encapuzados).
Homicídio qualificado, homicídio na forma tentada, furto qualificado e dano com violência são os principais crimes imputados ao grupo, suspeito de mais de 30 assaltos a postos de abastecimento de combustível e restaurantes da cadeia McDonald's no Grande Porto e Vale do Sousa, bem como carjacking. O crime mais grave imputado ao grupo aconteceu a 19 de Agosto de 2007, em Arão, Valença. Jorge Rocha, 25 anos, gasolineiro na Repsol, foi atingido com dois tiros na cabeça, durante um assalto, acabando por morrer.
in Diário de Notícias
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