Foi a pior notícia que os comerciantes de Valença poderiam ter recebido. A 200 metros da fronteira vai ser inaugurado, em Setembro, o segundo maior outlet de Espanha. A concorrência ameaça provocar estragos.
A notícia da abertura do segundo maior outlet de Espanha no próximo dia 5 de Setembro em Tui (Galiza), a 200 metros da fronteira com Valença, não caiu bem do lado português. A União Empresarial do Vale do Minho (UEVM), que agrega o tecido empresarial dos municípios de Valença, Melgaço, Monção, Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira, afirma que os tempos são de crise e que a estrutura galega pertencente à DG Center Atlántico, vai contribuir ainda mais para o decair da actividade comercial da região banhada pelo rio Minho. No entender de Joaquim Covas, presidente da UEVM, os cerca de mil comércios existentes na malha urbana de Valença serão os mais prejudicados.
"Isto vai ser mais uma machadada neste comércio fronteiriço do Vale do Minho, especialmente do de Valença, porque fica mesmo aqui à porta", considera aquele responsável, referindo que, de momento, a UEVM "está já a tentar encontrar soluções para minimizar esse impacto". "Queremos tentar criar alguma atractividade e dinamização, mas temos a certeza que em algumas situações não vai ser possível fazer nada porque o impacto vai mesmo ser negativo", afirma Joaquim Covas, acrescentando que, na melhor das hipóteses, "mesmo que o outlet de Tui não tenha grande repercussão, está ali um licenciamento que nos preocupa bastante".
O "OutleTui" anuncia-se como o segundo maior empreendimento do género em Espanha, com 80 lojas das "melhores marcas mundiais", um supermercado e uma gasolineira.
Nike, Benetton, Mango, Desigual, Calvin Klein, Adolfo Dominguez, Hugo Boss e Burberry são algumas das marcas internacionais que terão lojas no novo centro comercial, que terá também marcas portuguesas, como a Sacoor, JMA, Sousa Dias, Magma, Blue Rise e Tasquinha do Tareco.
O mercado alvo da nova superfície comercial serão, apostando na localização fronteiriça, os clientes portugueses, "atraídos pelo IVA mais baixo e pelos combustíveis mais baratos". O outlet de Tui anuncia também a criação de 800 novos postos de trabalho, dos quais cerca de 500 serão portugueses, mas o líder da UEVM diz tratar-se de um argumento falível. "Essas são as teorias de quem quer vender um produto. Para mim são 500 empregos precários. Nós nesta região temos micro-empresas familiares e, essas sim, é que geram emprego estável", diz Covas, referindo a propósito que "não se pode pensar que agora virá alguém com a galinha dos ovos de ouro".
Na zona urbana de Valença existem actualmente cerca de um milhar de comércios (170 no interior da Fortaleza, 450 no primeiro anel em torno da zona fortificada e os restantes nas zonas mais afastadas). O têxtil lar e vestuário predominam, por serem os mais procurados pelos espanhóis. "A minha clientela é 99 por cento espanhola, como a de todos os comerciantes de Valença", declara Helena Sousa, proprietária de uma loja de pronto-a-vestir aberta há quatro meses no interior da Fortaleza, comentando que na zona impera "o receio" quanto ao futuro. "Aqui ninguém está contente com isto, vamos ver o que é que acontece", conclui.
in Jornal de Notícias
A notícia da abertura do segundo maior outlet de Espanha no próximo dia 5 de Setembro em Tui (Galiza), a 200 metros da fronteira com Valença, não caiu bem do lado português. A União Empresarial do Vale do Minho (UEVM), que agrega o tecido empresarial dos municípios de Valença, Melgaço, Monção, Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira, afirma que os tempos são de crise e que a estrutura galega pertencente à DG Center Atlántico, vai contribuir ainda mais para o decair da actividade comercial da região banhada pelo rio Minho. No entender de Joaquim Covas, presidente da UEVM, os cerca de mil comércios existentes na malha urbana de Valença serão os mais prejudicados.
"Isto vai ser mais uma machadada neste comércio fronteiriço do Vale do Minho, especialmente do de Valença, porque fica mesmo aqui à porta", considera aquele responsável, referindo que, de momento, a UEVM "está já a tentar encontrar soluções para minimizar esse impacto". "Queremos tentar criar alguma atractividade e dinamização, mas temos a certeza que em algumas situações não vai ser possível fazer nada porque o impacto vai mesmo ser negativo", afirma Joaquim Covas, acrescentando que, na melhor das hipóteses, "mesmo que o outlet de Tui não tenha grande repercussão, está ali um licenciamento que nos preocupa bastante".
O "OutleTui" anuncia-se como o segundo maior empreendimento do género em Espanha, com 80 lojas das "melhores marcas mundiais", um supermercado e uma gasolineira.
Nike, Benetton, Mango, Desigual, Calvin Klein, Adolfo Dominguez, Hugo Boss e Burberry são algumas das marcas internacionais que terão lojas no novo centro comercial, que terá também marcas portuguesas, como a Sacoor, JMA, Sousa Dias, Magma, Blue Rise e Tasquinha do Tareco.
O mercado alvo da nova superfície comercial serão, apostando na localização fronteiriça, os clientes portugueses, "atraídos pelo IVA mais baixo e pelos combustíveis mais baratos". O outlet de Tui anuncia também a criação de 800 novos postos de trabalho, dos quais cerca de 500 serão portugueses, mas o líder da UEVM diz tratar-se de um argumento falível. "Essas são as teorias de quem quer vender um produto. Para mim são 500 empregos precários. Nós nesta região temos micro-empresas familiares e, essas sim, é que geram emprego estável", diz Covas, referindo a propósito que "não se pode pensar que agora virá alguém com a galinha dos ovos de ouro".
Na zona urbana de Valença existem actualmente cerca de um milhar de comércios (170 no interior da Fortaleza, 450 no primeiro anel em torno da zona fortificada e os restantes nas zonas mais afastadas). O têxtil lar e vestuário predominam, por serem os mais procurados pelos espanhóis. "A minha clientela é 99 por cento espanhola, como a de todos os comerciantes de Valença", declara Helena Sousa, proprietária de uma loja de pronto-a-vestir aberta há quatro meses no interior da Fortaleza, comentando que na zona impera "o receio" quanto ao futuro. "Aqui ninguém está contente com isto, vamos ver o que é que acontece", conclui.
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