Os promotores de uma prova de motocrosse, não licenciada, realizada domingo em Cerdal, Valença, acusaram hoje os bombeiros do concelho de terem demorado 40 minutos para socorrer dois participantes que sofreram um acidente
«Os bombeiros ficam a menos de cinco quilómetros do local onde se realizou a prova mas demoraram uns 40 minutos a chegar», disse Manuel Caldas, o juiz da Confraria da Senhora do Mosteiró, responsável pela organização da prova.
Fonte do comando dos Bombeiros de Valença garantiu à Lusa que as duas ambulâncias da corporação chegaram ao local «em menos de 10 minutos», após a recepção do pedido de socorro.
Admitiu que no domingo se registou «um problema» na central telefónica do quartel dos bombeiros, mas sublinhou que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) «tem várias outras formas de contactar a corporação», nomeadamente via telemóvel.
«Não sei se foi o caso, mas muitas vezes o que acontece é que toda a gente fica a presenciar o acidente e ninguém se lembra de ligar a pedir socorro», disse ainda.
A confraria, como assegurou Manuel Caldas, tinha enviado um ofício a pedir aos bombeiros para estarem presentes no local da prova com uma ambulância, mas o pedido acabou por não ser atendido.
À Lusa, a fonte do comando dos Bombeiros de Valença explicou que a ambulância não foi disponibilizada por a organização não ter feito acompanhar o pedido com um comprovativo de que a prova estava licenciada.
«Não podíamos correr o risco de estar a pactuar com uma eventual ilegalidade», acrescentou a fonte.
O juiz da Confraria da Senhora do Mosteiró confirmou que a organização não tinha qualquer licença para a prova.
«A prova decorreu numa quinta particular. Tínhamos autorização do proprietário para a utilizar e todos os participantes assinaram um documento assumindo toda a responsabilidade por um qualquer acidente que viesse a acontecer», disse Manuel Caldas.
Acrescentou que aquela prova «não passa de uma brincadeira», destinada à angariação de fundos para as obras no largo da Capela da Senhora do Mosteiró.
«Espalhámos uns cartazes a anunciar a prova, quem quiser participar aparece e não paga nada, o público também não precisa de bilhete para assistir. O nosso único lucro advém de alguns comes e bebes que vendemos no local, nada mais que isso», disse ainda.
Segundo Manuel Caldas, um dos participantes acidentados «partiu um pulso», sendo o caso mais complicado «o de um outro que há pouco tempo tinha partido umas costelas e que, ao cair, ficou sem sentidos».
Para o local, além das duas ambulâncias dos Bombeiros de Valença, foram ainda mobilizadas a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Viana do Castelo e a ambulância de suporte imediato de vida (SIV) de Melgaço, uma vez que a de Valença tinha sido mobilizada para outra ocorrência.
Os dois feridos foram assistidos no hospital de Viana do Castelo, mas já tiveram alta.
Fonte da GNR disse que «já estão a ser feitas diligências para apurar as circunstâncias do acidente e os moldes e condições em que se realizou a referida prova», para aferir da sua legalidade.
in Lusa
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