Cerca de 30 sepulturas do período medieval moderno foram descobertas em Valença, naquilo que aparenta ter sido uma necrópole da população residente no centro histórico daquela cidade raiana.
As sepulturas datam do período compreendido entre o século 13 (finais da idade média) e século 17 (inícios da idade moderna), disse a O MINHO Alexandrina Amorim, mestre em Antropologia Biológica e elemento da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM).
Desde 2004 que a equipa da UAUM tem assegurado a intervenção arqueológica na Fortaleza de Valença, no âmbito do Projeto de Requalificação Urbana do Centro Histórico de Valença.
A 3.ª e última fase de execução do projeto foi concluída entre novembro e dezembro, tendo-se realizado sondagens prévias e o acompanhamento arqueológico permanente da obra de restauro da Fortaleza, destacando-se os trabalhos de escavação de parte da necrópole associada à igreja de Santo Estêvão.
O espaço seria local de enterramento para a população local, segundo conta a responsável.
As escavações junto à igreja começaram em maio de 2018, prolongando-se em diferentes intervenções até dezembro de 2019, altura em que foram descobertas as sepulturas, ainda com as respetivas ossadas dos defuntos enterrados à maneira cristã.
Segundo Alexandrina Amorim, os ossos “estão mais ou menos preservados”. “Antigamente, o local era uma rua onde passavam carros, gerando um impacto negativo”, explica.
“A ideia, daqui para a frente, é fazer a limpeza das ossadas e realizar estudos para apurar vários aspectos”, avança.
Vai ser possível identificar a data cronológica concreta da morte, o género dos sepultados e a idade com que morreram.
Alexandrina revela ainda que não foram feitos mais achados no local. “Em 2009, encontrámos uma necrópole em Santa Maria dos Anjos, mas os estudos ainda não avançaram”, conta a antropóloga.
De acordo com o boletim de arqueologia da UAUM, a fortaleza de Valença do Minho, Monumento Nacional classificado desde 1928, é “um exemplo notável de arquitetura militar portuguesa de época moderna”.
in Minho
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