O edifício com três andares dos antigos correios de Valença está à venda. Os CTT justificam a alienação com a falta de funcionalidade. A autarquia local mostra-se interessada na compra, para ali dinamizar actividades culturais.
Situado na zona histórica de Valença, no interior da Fortaleza que actualmente está a ser alvo de remodelação, num projecto desenhado pelo arquitecto portuense Eduardo Souto Mouro, o antigo edifício dos correios ostenta um aviso de venda há já algum tempo. Os CTT confirmaram ao Jornal de Notícias essa intenção, ressalvando, contudo, que, no que toca à região do Alto Minho, "não estão previstas novas alienações de património imobiliário".
A empresa refere que as suas antigas instalações no Largo de S. Teotónio "começaram a deixar de responder às necessidades da prestação pelos CTT de um serviço com a qualidade que os Correios consideram imprescindível na relação com os seus clientes". E acrescenta: "Em termos de transportes, a localização levantava problemas nos acessos, que dificultavam as cargas e descargas no Centro de Distribuição Postal (CDP), e ao mesmo tempo, essa mesma localização deixou de satisfazer as necessidades dos clientes em termos de atendimento". A empresa adiantou que "no distrito de Viana do Castelo estão programadas as reinstalações de vários CDP nos próximos anos".
O edifício de grande porte terá sido deixado vago no segundo semestre de 2006, altura em que o serviço foi transferido para o Largo da Estação de Valença. Dois anos antes, os CTT tinham também instalado um novo CDP na zona industrial do concelho.
Ao JN o presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, confirmou a pretensão de integrar aquele imóvel no património municipal, exercendo o "direito de preferência" que lhe é conferido, caso a compra seja viável para os cofres da autarquia. "O antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos (localizado também no interior da Fortaleza e onde actualmente funcionam serviços camarários) foi comprado por 250 mil euros, se esse estiver dentro destes valores é um caso a analisar", declarou Serra, considerando que a referida edificação "tem valor histórico e arquitectónico", e pode ser utilizada para "actividades culturais afectas à Fortaleza".
Os CTT não se pronunciam sobre valores, limitando-se a afirmar que "todas as alienações de património imobiliário dos Correios são precedidas de avaliação externa a cargo de empresas especializadas". Localmente, especula-se que o imóvel estará à venda por "um milhão de euros".
in Jornal de Notícias
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