A empresa Mar Ibérica, dedicada à comercialização de marisco e peixe congelado, instalou termómetros de infravermelhos para medir a temperatura dos colaboradores de forma a controlar uma possível infeção de covid-19 nas instalações, sediadas em Valença.
Esta medida surge no âmbito do plano de contingência já implementado que comporta ainda uma sala de isolamento, máscaras e viseiras obrigatórias e boiões de álcool desinfetante espalhados pelas diferentes secções da empresa.
Cláudio Fernandes, diretor administrativo financeiro, disse a O MINHO que a implementação desta medida será a “opção mais acertada” para evitar um possível foco de contágio na empresa que conta com 140 colaboradores.
“Esta pareceu-nos, à data, a opção mais acertada, uma vez que os restantes sintomas são visualmente detetáveis, como é o caso da tosse”, refere, acrescentando que “à entrada, todos os trabalhadores são controlados.
O responsável explica que, caso algum colaborador apresente sintoma de temperatura alta, será imediatamente reconduzido a uma sala de isolamento enquanto aguarda indicações das autoridades de saúde.
“Felizmente, até agora, não houve nenhum caso, e para já, estamos livres do vírus”, sustenta Cláudio Fernandes.
A ideia surgiu através da “lógica” e da “observância”, com dá conta o administrador:
“Implementámos a medida logo no início do surto, quando ainda havia muito
desconhecimento sobre o vírus, mas decidimos jogar pelo seguro”.
“Foi um misto de lógica e observância. Fomos vendo notícias como faziam lá fora, e não
acredito que somos os únicos a fazer o mesmo no país, porque, na altura, tentei comprar
pistolas destas e já havia muita limitação de stock”, assegura.
No entender do diretor financeiro, a ideia foi bem aceite por todos: “É uma medida que
salvaguarda o bem-estar de todos, sobretudo quando o que queremos evitar é que exista aqui um foco de contágio. É uma medida preventiva que protege a todos”.
O MINHO falou com Margarida Rodrigues, controladora no departamento de qualidade da
empresa que destacou uma boa aceitação por parte dos trabalhadores perante a “pistola” que mede a temperatura.
“A aceitação foi boa, embora no início tivemos um pouco a questão de tudo ser uma
novidade, mas acabaram por perceber que era para o bem de todos”, explica, reforçando a informação já dada pela administração de que “ainda ninguém apresentou sintomas de
febre”.
“Os trabalhadores sentem-se agora mais seguros, fazemos a medição e as indicações que temos das autoridades de saúde são de isolar quem tenha os sintomas para de seguida entrar
em contacto com a linha Saúde24”, explica.
Os dois turnos [manhã e tarde] são sujeitos a esta medição, assim como os colaboradores de
limpeza, que desinfetam diariamente as instalações durante a noite.
Uma medida que devia ser adotada em todo o lado.
O MINHO falou com Márcio Veloso, técnico de segurança que dá apoio e consultoria à Mar Ibérica, com este a reforçar que esta medida “é um exemplo a ser seguido”.
“Normalmente, entram aos grupos de 50 a 100 elementos por cada turno, nas maiores
empresas, e se existir um controle podemos evitar um contágio em massa”, "a forma de barrar o vírus à entrada”.
“Basta um elemento estar com febre para contaminar os colegas. Esta é uma forma
importante para combater a covid-19 e para as empresas continuarem a produção.
Márcio, através da empresa Grupo Mastersave, sediada em Alvelos, Barcelos, vende deste tipo de pistolas. “Fica à volta de 55 euros mais IVA, mas há outras soluções para empresas maiores, como é o caso das câmaras térmicas onde todos entram em massa e vai aparecendo num monitor as temperaturas”, diz.
“A vantagem dessas câmaras em relação a estas pistolas é o distanciamento, pois não é
preciso apontar à testa de forma manual. Basicamente, as pessoas vão passando na câmara, normalmente, e se alguma aparecer a vermelho, é porque tem a temperatura mais elevada”, explica. Mas essas câmaras custam mais de 2 mil euros e “não serão para qualquer". Esta última será ideal para restaurantes, hospitais e aeroportos, assegura o consultor.
A empresa Mar Ibérica foi fundada em 1987 e dedica-se a produtos do mar congelados, peixe e marisco congelado.
Trabalham com mercado tradicional mas também com a grande distribuição.
Um terço do negócio passa pela exportação. No ano de 2019, faturou cerca de 26 milhões de euros.
in O Minho
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