Fatum
Palco aberto,
Num livro a que o destino despe a alma
Caminho de punição instruído de letras
Entre sabores prazerosos e enlouquecidos.
Vozes bairristas perdidas nas sátiras das quadras dum fado
Cantando em versos sem sílabas
Linhas melódicas compõem a tradição da poesia
Com um toque de erotismo no reportório de uma guitarra.
Palco aberto,
Na eloquência de letras sentidas à lareira
Aquela guitarra que entoa a urgência da poesia,
Que sendo tão portuguesa como as lamúrias dum fado
Se sustentam num apetecido senhor vinho.
Noites vadias aclamam os menos afoitos
Neste palco de tempo sem pecado,
As sombras da saudade são suspiros dos poetas
Que dão voz ao sentimento dos livros de outros tempos
Em paladares que rimam em tronos altos e requintados.
Rosário Pereira
30-03-2017
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