A tradição pascal cristã, o culto pré-cristão da água, uma romaria minhota, uma festa galega, os bombos, as concertinas e as gaitas de fole, o linguajar da raia convidam a viver o Lanço da Cruz.
O rio Minho vai ser o palco de uma das mais castiças manifestações pascais da Península Ibérica, o tradicional Lanço da Cruz, entre Valença (Portugal) e Tominho (Espanha).
Segunda-feira de Páscoa, 2 de Abril, às 17h, as margens do rio Minho e o Parque Natural da Senhora da Cabeça, na freguesia valenciana de Cristelo Côvo, enchem-se de romeiros para apreciar esta manifestação religiosa / popular.
Beijar a Cruz, sem Fronteiras
Ao entardecer, depois da visita pascal, a Cristelo-Côvo (Valença), o pároco, com a cruz ornamentada, numa romaria de barcos dirigem-se até à margem espanhola onde é dada a cruz a beijar aos paroquianos da outra margem. Durante esse período são lançadas, pelos pescadores as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance é para o pároco. Entretanto com o pároco português regressa o pároco de Sobrado – Torron, concelho de Tomiño (Galiza), dando a cruz a beijar aos peregrinos que aguardam junto ao rio, na margem portuguesa. Várias embarcações portuguesas e galegas acompanham este compasso pascal, numa castiça e autêntica procissão fluvial.
Romaria Galaico Minhota
Até à noite os sons das gaitas de foles misturam-se com os das concertinas, das castanholas, o rufar dos bombos e tambores numa autêntica romaria galaico-minhota.
Na terça-feira, 3 de Abril, as celebrações em galego e português. Neste dia também, por tradição, os peregrinos desfrutam dos seus merendeiros nas sombras do parque comendo, sobretudo, o que sobrou do carneiro ou cabrito da Páscoa.
A tradição do Lanço da Cruz é uma manifestação religiosa e popular muito acarinhada pelas populações da raia minhota que ano após ano atrai um maior número de populares e turistas.
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