O social democrata Jorge Mendes, que nas últimas autárquicas conseguiu conquistar a câmara ao PS, sublinhou que, “paradoxalmente, o SAP foi um dos trunfos para justificar a elevação de Valença a cidade”.
“Não se percebe muito bem que os mesmos deputados que aprovaram, por unanimidade, a elevação a cidade tenham feito tão pouco, ou quase nada, para impedir o encerramento de um serviço essencial para as populações”, criticou.
Valença foi elevada à categoria de cidade a 12 de Junho de 2009, na sequência de um projecto de lei apresentado pelo CDS-PP e aprovado por unanimidade pela Assembleia da República.
Em finais de Março, o SAP do Centro de Saúde de Valença foi encerrado, sendo substituído por uma consulta aberta, que funciona das 08:00 às 24:00.
À espera de um multiusos prometido
A medida mereceu forte contestação da população e da câmara, tendo a autarquia interposto uma providência cautelar para tentar reabrir aquele serviço.
“Às tantas, se a questão da elevação a cidade fosse votada agora, com o SAP encerrado, talvez fosse mais difícil a aprovação. Tenho até dúvidas se seria aprovada”, referiu Jorge Mendes.
“Do que não tenho dúvidas é que, até agora, neste primeiro ano de cidade, a única coisa que mudou foi mesmo o fecho do SAP. Ainda não consegui perceber como é que se cria uma cidade e meses depois dá-se-lhe uma machadada, fechando um serviço essencial às populações”, acrescentou.
Segundo o autarca, além do SAP, Valença também precisa de um pavilhão multiusos, com capacidade para acolher toda a série de eventos culturais, para justificar o título de cidade.
“No tempo das vacas gordas, este pavilhão foi prometido vezes sem fim, mas nunca foi construído. Agora, que o tempo é de apertar o cinto, será certamente muito mais complicado”, referiu.
Monografia por Pereira de Castro
O primeiro aniversário da elevação de Valença a cidade será assinalado com “uma iniciativa simples”, que incluirá o lançamento de uma monografia do concelho, assinada pelo antigo presidente da câmara, Pereira de Castro, e a abertura de uma exposição fotográfica sobre a evolução da localidade. Por lei, uma vila para ser elevada a cidade tem de ter mais de 8000 eleitores, o que não acontece com Valença, que tem apenas cerca de 3170. No entanto, a lei diz que “importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitectónica poderão justificar uma ponderação diferente destes requisitos”, tendo, no caso de Valença, sido invocada a importância da sua fortaleza.
in Correio do Minho
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