O Lanço da Cruz em Valença terá este ano lugar a 22 de abril. A tradição luso-galaica, com séculos de existência, repete-se todos os anos à segunda-feira de Páscoa, no Parque Natural da Senhora da Cabeça, em Cristelo Côvo, junto ao rio Minho. É ponto de confluência de milhares de peregrinos de todo o Noroeste Peninsular.
Ao entardecer, depois da visita pascal, à freguesia de Cristelo-Côvo (Valença), o pároco, devidamente paramentado e com uma cruz ornamentada, entra num barco de pesca e dirige-se até à margem espanhola onde dá a cruz a beijar aos paroquianos da outra margem. Durante esse período são lançadas, pelos pescadores as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance é para o pároco. Entretanto com o pároco português regressa, no barco, o pároco de Sobrado – Torron, concelho de Tomiño (Galiza), dando a cruz a beijar aos peregrinos que aguardam junto ao rio, na margem portuguesa. Várias embarcações portuguesas e galegas acompanham este compasso pascal, numa autêntica procissão fluvial, nas águas do Minho.
“É único no país. Tem tudo para ser considerado Património Imaterial da UNESCO! Há mesmo quem aponte as origens desta tradição para a idade média”, disse à Rádio Vale do Minho a presidente da Junta da União de Freguesias de Valença, Cristelo-Côvo e Arão, Maria Fernanda Ferreira.
Tanto esta Junta de Freguesia como a Câmara de Valença estão a trabalhar no projeto de elevar esta tradição a Património Imaterial da UNESCO. Para o vereador José Monte seria um “enorme orgulho” que esta elevação acontecesse. “É uma tradição secular. Estamos já a trabalhar com a Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho. Já está ser feito um trabalho junto das comunidades locais, tanto portuguesas como espanholas”, adiantou o autarca aos microfones da Rádio Vale do Minho.
in Rádio Vale do Minho
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