Preocupados com a crise que afecta o sector automóvel e de embarcações de recreio implantadas nos concelhos de Valença e Vila Nova de Cerveira, e com empresas subsidiárias espalhadas um pouco por todo o distrito de Viana do Castelo, os autarcas socialistas José Luís Serra e José Manuel Carpinteiro reclamam do Governo um plano de contingência para evitar despedimentos nestas áreas. O apelo dos dois presidentes de câmara surgiu após uma reunião com a União de Sindicatos de Viana (USV) e que originou um pedido de audiência aos ministros da Economia, do Trabalho e Solidariedade Social.
O presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, disse ao PÚBLICO que "é urgente antecipar soluções para resolver os problemas que se poderão colocar nos próximos meses em termos de emprego". "É um problema sério que não pode ser atacado com paliativos", sublinhou.
Tendo em conta as medidas anunciadas pelo Governo, Serra defende que a prioridade deverá ser a manutenção dos postos de trabalho. O autarca defende uma "solução global" para o distrito, já que esta ameaça afecta vários concelhos onde existem "empresas que trabalham directa ou indirectamente para o sector". No mês passado, a produção foi suspensa na Dalphi Metal, Iralusa Lusitania e Gestamp, em Cerveira, e na Dayco Ensa, em Valença, que, segundo a USV, empregam mil trabalhadores.
Florescente na última década, o negócio da construção de barcos de recreio não escapa à crise e obrigou o grupo espanhol Rodman a reduzir postos de trabalho, para evitar o encerramento da fábrica do parque empresarial de Valença. Depois do encerramento, em Dezembro, da fábrica de barcos Garimar Yates, em Monção, que atirou para o desemprego 25 trabalhadores, a Rodman já anunciou a rescisão do contrato com 35 funcionários. A USV teme que mais três empresas instaladas em Cerveira possam fechar ou reduzir postos de trabalho.
in Público
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