O Conselho de Ministros aprovou hoje, quinta-feira, o alargamento do horário das grandes superfícies (mais de dois mil metros quadrados) ao domingo, passando estes estabelecimentos a poder funcionar todos os dias das 6 horas às 24 horas.
Desta forma o Governo perverteu as negociações, ao antecipar a aprovação desta medida antes da entrega dos pareceres dos parceiros sociais, agendada para dia 26 de Julho, não sendo assim ouvidos os parceiros como previsto. Com este Decreto – Lei as autarquias passam a ter capacidade de alargar o horário de funcionamento das grandes superfícies.
A UEVM teme que esta medida tenha um impacto muito negativo, nos comércios sediados na região do Vale do Minho, que vivem momentos difíceis e se vêem agora perante uma concorrência hostil, temendo a pressão que estes grupos económicos podem exercer junto das autarquias, levando a tomar medidas de análise pouco fria, com consequências muito negativas para as micro empresas do Vale do Minho e para a sua economia.
A Direcção da UEVM espera que, o exemplo dado pelo Governo não seja seguido pelas autarquias e que estas ouçam os agentes locais.
As grandes superfícies são uma ilusão que tem vindo, a condicionar o comportamento dos consumidores portugueses, contribuindo para a desertificação dos centros de cidade e para a desvalorização patrimonial e cultural das nossas vilas e cidades e consequentemente da qualidade de vida. Portugal é o país europeu com o maior número de centros comerciais. Em outros países europeus as grandes marcas guerreiam-se por espaços comerciais nos centros urbanos, uma questão cultural provavelmente que, nos está a afastar da grande questão que é a estabilidade económica e social das pequenas vilas e cidades.
O governo e as autarquias tem que proteger as micro e pequenas empresas do comércio, pois são as que geram riqueza local. Urge criar condições para que estas empresas, possam competir em igualdade de circunstâncias com as grandes superfícies. Os actuais apoios devem ser revistos, actualmente são escassos, morosos e complexos. Aos empresários do comércio a UEVM reforça a mensagem de que estes, tem que ser reactivos, criar oportunidades, antecipar as conjunturas e criar defesas que tornem as suas empresas menos vulneráveis à agressividade dos grandes grupos comerciais e das políticas que as descriminam negativamente.
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