A Polícia Judiciária encontrou 237 quilos de cocaína, dissimulados em caixas de bananas que estavam à venda em supermercados da cadeia alemã Lidl, no norte de Portugal. A descoberta partiu de um cliente numa loja de Valença, no Minho, que, ao procurar bananas mais verdes no fundo de uma caixa deparou com os pacotes de droga.
O cliente denunciou a insólita descoberta às autoridades e a PJ abriu uma rápida investigação, que se estendeu a outras lojas do Lidl nas cidades Famalicão, Valongo, Amarante, Marco de Canaveses e Arrifana.
O coordenador regional da PJ contra o Tráfico de Estupefacientes, Fernando Xavier, explicou que, “para se ter uma ideia da quantidade” de droga apreendida, pode dizer-se que “no mercado de consumo seria o suficiente para 2,5 milhões de doses”. “Ou seja, qualquer coisa como 11 milhões de euros”, especificou o inspector responsável.
De acordo com as autoridades, a cocaína seria proveniente da Colômbia e destinava-se a Espanha, onde chegaram via marítima. Algumas caixas terão, por engano, rumado a Portugal, num contentor adquirido pela delegação norte do Lidl.
A PJ considera esta como uma das maiores apreensões de cocaína este ano em Portugal e isenta os supermercados de qualquer envolvimento no caso.
O recurso a bananas, por fim, não é novo para os traficantes de cocaína. Em janeiro passado, cerca de 140 quilos de cocaína, avaliados em cerca de 6 milhões de euros, foram descobertos em cinco supermercados de Berlim, capital da Alemanha, igualmente dissimulados em caixas de bananas.
Um ano antes, no início de 2013, a PJ já havia apreendido 175 quilos de cocaína no centro de Portugal, a partir da descoberta por funcionários do hipermercado Pingo Doce, na Figueira da Foz, de pacotes de droga escondidos nas recorrentes caixas de bananas colombianas.
As lojas Lidl não são, porém, novidade neste tipo de casos. Semanas depois de cerca de 230 quilos de cocaína terem sido descobertos em caixas de bananas no porto espanhol de Sagunto, na província de Valência, outros 80 quilos de coca foram apreendidos, no início de 2010, em estabelecimentos espanhóis da cadeia germânica. Um caso espoletado, na altura, após um repositor de uma loja em Madrid se ter deparado com um pacote comprometido escondido sob cachos de bananas, então, provenientes do Equador e da Costa do Marfim. “Foi a primeira que isto aconteceu ao Lidl, em Espanha, e espero que tenha sido a última”, disse, na altura o porta-voz da sucursal espanhola do Lidl. Agora, afinal, aconteceu em Portugal.
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