O aterro de Valença, uma estrutura pública que recebe os resíduos sólidos urbanos de seis concelhos do Vale do Minho, vive hoje numa situação de dupla ilegalidade. É que desde 2004 que tem ordem de encerramento do Tribunal e, supostamente, em 2008 acabaram os dez anos de período de funcionamento. Mas apesar desta situação já está em cima da mesa a possibilidade de prolongar o tempo de vida da estrutura por mais dez anos, assim o povo queira. “No dia 12 de Setembro vamos chamar as pessoas da freguesia para uma reunião e tentar decidir. Nestas coisas há sempre quem seja a favor e quem é contra, por isso vamos esperar”, explicou o presidente da Junta de São Pedro da Torre em Valença, Manuel Afonso.
Isto porque a estrutura deveria passar para Cornes, em Vila Nova de Cerveira, a partir de 2011, segundo a localização entretanto aprovada, mas que dista menos de 500 metros da actual instalação. Dessa forma já estão em curso estudos para apurar da viabilidade de manter o aterro a funcionar no mesmo local por um novo período de mais dez anos. “Neste momento não nos comprometemos com nada. Claro que se o povo assim o decidir terá de haver compensações para a freguesia mas isso ainda é muito cedo para abordar. A assembleia de freguesia ainda terá que se pronunciar”, disse ainda Manuel Afonso. A uma média anual superior a 35 mil toneladas de resíduos depositados, o aterro de Valença deverá ultrapassar em pelo menos três anos o prazo de vida útil, com o lixo a acumular-se num espaço que representou um investimento superior a oito milhões de euros. Entretanto, com um atraso de quase três anos, depois de aprovada a transferência, a elaboração dos projectos para a construção de um novo aterro em Cornes já arrancou, mas está agora em cima da mesa a hipótese de adaptar o actual equipamento, quebrando desta forma a rotatividade antes acordada. Desde 1998 que o aterro está instalado em S. Pedro da Torre, Valença, mas numa história longa e polémica, o Supremo Tribunal Administrativo, decretou o seu encerramento compulsivo em 2004 devido a questões processuais que não se cumpriram durante a sua construção. A autarquia de Valença invocou então a “impossibilidade de cumprimento do acórdão”, tendo em conta os “custos exorbitantes” com o eventual desmantelamento da estrutura e porque não haveria nenhum espaço para a deposição dos lixos dos seis municípios.
in Rádio Geice
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