A candidatura da Fortaleza de Valença a património da UNESCO poderá envolver uma apresentação formal conjunta com a de Almeida, revelou hoje à Lusa o autarca Jorge Mendes, após visita de técnicos daquela organização ao concelho alto-minhoto.
De acordo com o presidente da Câmara de Valença, ambas as autarquias candidataram as respetivas fortalezas, seculares, a Património da Humanidade, mas os técnicos da UNESCO em Portugal sugeriram que a apresentação formal seja feita em conjunto, para agilizar o processo e face às "características em comum".
"Almeida também apresentou a sua candidatura e como há duas fortalezas que gostariam de ser classificadas lançaram-nos o desafio de fazer uma apresentação conjunta. Se for para acelerar o processo estamos respetivos a esta proposta da UNESCO", admitiu Jorge Mendes.
A ideia de avançar com uma apresentação conjunta foi inicialmente lançada há cerca de uma década, envolvendo várias fortalezas nacionais. Contudo, esse processo nunca se desenvolveu, mantendo Valença e Almeida candidaturas independentes a esta classificação da UNESCO, depois de o mesmo título obtido pela de Elvas, em 2012.
Entretanto, técnicos da delegação da UNESCO em Portugal visitaram a Fortaleza de Valença durante uma semana, em dezembro passado, no âmbito do processo de classificação apresentado pela autarquia em 2011.
"Este ano poderemos ter algum desenvolvimento na classificação, vamos ver", apontou Jorge Mendes, assumindo que a Fortaleza de Valença é hoje o "principal ativo económico" do concelho, nomeadamente ao nível do comércio e restauração ali existente.
"É a nossa grande referência", sublinhou o autarca de Valença.
Nos meses de verão, aquela fortaleza chega a receber, de acordo com números da autarquia, cerca de 12 mil pessoas por dia, estando incluída nos roteiros dos turistas de cerca de 70 navios de cruzeiro que anualmente fazem escala no porto de Vigo, na Galiza.
Classificada como Monumento Nacional, a Fortaleza de Valença assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
Durante séculos de melhoramentos e alterações à estrutura, desempenhou papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército.
A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.
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