O bombeiro da corporação de Valença ferido hoje num incêndio foi transferido para o hospital de Coimbra com queimaduras de 2.º grau em 30% do corpo e apresenta um prognóstico reservado, informou o presidente da corporação.
"Estamos apreensivos, dada a extensão e gravidade dos ferimentos, mas confiamos que ele vai recuperar. Tudo depende da forma como vai reagir nos próximos dias", disse à agência Lusa o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Valença, Luís Brandão Coelho.
O bombeiro, de 51 anos, foi transportado ao início da tarde, pelo INEM, de Valença para o hospital de Braga e entretanto transferido para a unidade de queimados do Centro Hospitalar de Coimbra.
"Explicaram-nos que não tinham condições para tratar a gravidade dos ferimentos e que por isso foi para Coimbra", disse ainda o responsável pela corporação de Valença.
O bombeiro integrava uma equipa de 16 homens que, ao início da tarde de hoje, combatia as chamas na freguesia de Sanfins, em Valença, assumindo a função de motorista do Veículo Florestal de Combate a Incêndios (VFCI), que também foi atingido pelas chamas.
"Ao tentar retirar a viatura foi envolvido nas chamas, numa reviravolta do fogo provocada pelo vento", explicou ainda.
Trata-se de um elemento com "muita experiência" e que é voluntário desde 1987, precisou Brandão Coelho, admitindo que este caso afeta "psicologicamente" os restantes elementos daquela corporação.
Psicólogos do INEM e da Câmara de Valença estiveram hoje no quartel daquela corporação para apoiar os bombeiros que se encontravam no combate às chamas e que apresentarem sintomas de "stress pós-traumático", admitiu Luís Brandão Coelho.
"Ver um companheiro a ser apanhado pelas chamas e a ficar maltratado deixa toda a gente bastante deprimida e um pouco frustrada, por esta situação resultar da ação de fogos que, reconhece-se, não têm causas naturais. Por isso, é muito frustrante, depois do esforço que se faz, acabar por se ser vítima desta forma", apontou.
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