A Câmara de Valença está preocupada com o futuro das estradas municipais do concelho. Bruxelas já avisou que não está disponível para financiar, através do próximo Quadro Comunitário de Apoio, quaisquer novas infra-estruturas rodoviárias em Portugal. O edil, Jorge Mendes, já não conta com apoios do Governo. O autarca questiona assim como será feita a manutenção daquelas artérias. "Na última reunião da Associação de Municípios, surgiu a preocupação em como vamos manter os milhares de estradas municipais que temos. Só Valença tem 1200 quilómetros de estradas municipais. Como se fará a manutenção dessas estradas sem apoios comunitários e sem um programa de apoio do Governo?", questionou Jorge Mendes aos microfones da Vale do Minho.
Tal como sucede noutros municípios, o Estado também se encontra em dívida com a Câmara de Valença. De acordo com Jorge Mendes, o valor ronda nesta altura centenas de milhar de euros. "São de projectos em que o Estado co-financia como é o caso da nossa Biblioteca Municipal. Já está concluída há dez anos e temos ainda 110 mil euros a receber", revelou o autarca.
Cenários destes estão a suceder por toda a região. Recorde-se que a Rádio Vale do Minho noticiou recentemente que o Estado deve cerca de um milhão de euros à Câmara de Monção. Uma dívida, segundo explicou à Vale do Minho a vice-presidente Conceição Soares, relacionada "com a diferenciação entre os períodos de pagamento e o tempo que demoram a pagar. Tem a ver com as candidaturas que têm sido aprovadas agora no final do quadro comunitário. Os contratos de financiamento ainda não chegaram e no entanto a obra já está feita".
Conceição Soares realçou que as consequências fazem sentir-se sobretudo ao nível da tesouraria. "Temos prazos para pagar as facturas. Os empreiteiros vão fazendo a obra e nós temos aqueles 90 dias para pagar. É de lei e não podemos falhar. Temos muitas vezes que recorrer ao empréstimo de curto prazo para solucionar estes problemas", disse a autarca.
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