A instituição deste convento da regra de Santo António dos Capuchos remonta ao final do século XIV, ou mais precisamente, a 1392 (data que se encontrava sobre o arco triunfal e actualmente figura sobre o portal), muito embora as notícias da existência de outros edifícios conventuais possam recuar, segundo Frei Agostinho de Santa Maria, até um período anterior a 713, ano em que os eremitas de Santo Agostinho aí instalados teriam fugido em consequência do avanço muçulmano. Já em 1920 a Condessa D. Muma fundou novo mosteiro, objecto de um incêndio e posteriormente encerrado devido á peste (SANTA MARIA, 1707-1723).
O convento de Nossa Senhora de Mosteiró foi objecto de várias reformas e reedificações ao longo dos séculos, assinalando-se a primeira em 1557. O estado de degradação em que incorreria na centúria seguinte ditou a reforma de algumas dependências em 1729, e em 1749 a igreja era parcialmente demolida para dar lugar à que hoje conhecemos. As obras correram céleres, pois de acordo com Frei Pedro de Jesus Maria José as principais intervenções aconteceram maioritariamente em 1752, e a 8 de Setembro desse ano a imagem de Nossa Senhora, retirada aquando do início dos trabalhos, regressou ao templo (1754, pp. 263-264).
A estrutura conventual que aqui observamos compreende a igreja, de planta longitudinal, que confina com o claustro, a Norte, em torno do qual se desenvolvem as restantes dependências, formando uma planta quadrada.
A fachada principal do templo é antecedida por um adro, com um cruzeiro. É seccionada por pilastras de aparelho rusticado, encimadas por pináculos coroados por esfera, que definem o pano da igreja e da torre que se ergue à esquerda. Ao centro, abre-se um arco em asa de cesto, de acesso à galilé que antecede a porta principal, e sobre este a janela do coro. O óculo superior interrompe a cornija e projecta-se sobre o tímpano do frontão triangular que remata o alçado. A sineira, em arco de volta perfeita, rasga-se já sobre a cornija que é comum ao frontispício do templo, terminando com dois pináculos.
Na generalidade, a arquitectura pauta-se por uma grande depuração, que ganha uma outra dimensão no interior do templo com a talha dourada barroca e outra mais tardia, já neoclássica.
No interior, de nave única, com coro alto, altar de talha, capela lateral do lado da Epístola e, do lado oposto, com púlpito e baldaquino em talha, para além de uma série de portas de ligação ao claustro, destaca-se o conjunto de talha dourada e branca que envolve o arco triunfal: dois altares em ângulo e sanefa sobre o arco. Na capela-mor, com dois nichos de talha, janela com sanefa e porta de acesso à sacristia, ganha especial importância o imponente retábulo joanino, com trono central.
Após a extinção das Ordens Religiosas, o convento acabaria por ser vendido a particulares, em 1883-84.
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