terça-feira, 7 de maio de 2013

Fotografo Valenciano Luís Moreira em Destaque na Revista Sombra

O Luís é um fotógrafo de Valença. Com apenas 23 anos, conta já com um portfolio bastante interessante. Na nossa primeira entrevista, quisémos conhecer melhor o seu trabalho. (entrevista pela Revista Sombra)
O Luís é natural de Valença, mas actualmente reside no Porto. O seu portfolio conta com os mais variados temas, mas há um que  claramente se destaca: é skater há 10 anos, e foi através do skate que começou a experimentar e a ganhar interesse pela fotografia e pelo vídeo. Nesta entrevista, tentámos perceber a sua evolução, as suas opiniões sobre o panorama audiovisual nacional e ainda as suas perspectivas para o futuro. Falamos sobre experiências profissionais, sobre o skate e, também, sobre a sorte e o azar.
Sombra: O que te fez começar a fotografar/filmar?
Luís Moreira: Quando tinha mais ou menos 16 anos, o meu pai emprestava-me a Sony Cybershot dele e sempre que ia andar de skate levava-a para filmar e fotografar as minhas manobras. Pedia sempre a alguém para o fazer e com o passar do tempo, comecei a ser mais esquisito nos ângulos que escolhia para me filmarem e me fotografarem. Comecei a prestar bastante atenção a isso e naturalmente, acabei por começar a fotografar e filmar os outros. A dada altura descobri que o meu pai tinha uma SLR (para mim era apenas uma câmara de rolo) e comecei a usa-la. Acho que foi a partir do momento em que comecei a usar essa câmara que comecei a interessar-me por fotografia a um nível diferente e mais preocupado.  No início brincava com os valores da câmara até o fotómetro bastante rudimentar indicar exposição correcta. Comecei a aperceber-me da lógica que havia por detrás desses valores e comecei a interessar-me por estudar e experimentar mais e esse interesse tem crescido ao longo dos anos.
Porque não decidiste tirar um curso ou algum tipo de formação na área de fotografia/vídeo?
Em primeiro lugar, o curso profissional que eu frequentei na EPRAMI de Paredes de Coura, deu-me imensas bases na área da multimédia, bases essas que se têm mostrado muito úteis ao longo dos últimos anos. Para além disso, eu adoro aprender e grande parte do tempo que passo na internet quando estou em casa, passo-o a tentar fazer isso mesmo. Na internet, nos livros e sobretudo a chatear pessoas que sabem mais do que nós, tiramos um curso. Tudo depende da nossa vontade de aprender.
 
Os teus trabalhos são essencialmente freelance, certo? Como caracterizas esse tipo de experiência profissional?
Sim, com excepção dos meses em que trabalhei como web designer, tenho trabalhado sempre como freelancer e até agora, a experiência tem sido muito boa. O facto de ter que lidar directamente com o cliente e ser eu a dar a cara pelo meu trabalho intimida-me um pouco, mas ao mesmo tempo, motiva-me para tentar fazer o melhor trabalho possível.
Como está o panorama nacional nesta área? Há futuro? Está cada vez mais difícil ou pensas que está a evoluir?
Acho que todos sabemos que está difícil. Há cada vez mais pessoas a fazer este tipo de trabalhos por valores muito baixos ou mesmo gratuitamente e algumas das vezes, bons trabalhos. No entanto, acho que isso não pode ser motivo para desanimar e deve ser antes um motivo para evoluirmos cada vez mais em vez do nos conformarmos com o que sabemos fazer hoje.
Pensas mudar-te para o estrangeiro à procura de oportunidades de emprego?
Neste momento não mas não descarto essa hipótese.
Uma das tuas áreas de maior foco é o Skate. O que é para ti o mais difícil na fotografia de skate? E o que é o melhor?
Acho que a parte mais difícil de qualquer área da fotografia é ser criativo. No skate, estamos constantemente a fotografar manobras que já foram fotografadas milhares de vezes e muitas das vezes, sitios e skaters que já foram fotografados também muitas vezes e queremos tentar sempre destacar a nossa fotografia. Essa parte acho que é a mais complicada. À parte disso, há as dificuldades técnicas: Para fotografar skate, como noutros desportos de acção, é normalmente fulcral “congelar” o motivo (salvo algumas excepções) e isso levanta algumas dificuldades sob certas circunstancias, nomeadamente quando a luz não é a melhor e é necessário recorrer a luz artifícial. Em qualquer desporto de acção, trabalhar com luz artificial, tem muito que se lhe diga quer a nível criativo, quer a nível técnico pois para além de tentarmos criar um ambiente interessante em termos de iluminação, temos que ao mesmo tempo conseguir congelar o skater e o skate.
Para além do skate, o que é que te interessa mais fotografar?
A temática não é o mais importante. Consegue-se encontrar motivos interessantes um pouco por todo o lado.
Como vês o estado da produção audiovisual para Skate, em Portugal? Há reconhecimento, há projecção internacional?
A nível de skate em Portugal, as pessoas que já trabalham nesta area há mais anos do que os que eu existo, lutaram desde sempre para que o nosso trabalho seja valorizado, mas salvo raras excepções, são poucas as marcas que percebem esse valor. A maior parte das pessoas que controlam a industria do skate em Portugal, não percebem (ou não lhes convém perceber) que por detrás dos videos e das fotografias de skate, está bastante mais do que um puto que anda de skate e que por mero acaso tem uma câmara.
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Perspectivas para o futuro: o que queres fazer daqui para a frente?
Quero começar a fotografar mais em película e revelar os meus próprios filmes, investir em conhecimento (mais workshops, mais livros, mais videos), trabalhar mais, andar mais de skate, tentar viajar mais e conhecer pessoas e trabalhos que me inspirem.
 Alguns projectos em mente?
Alguns, nomeadamente um documentário, uma série de retratos, entre outras coisas. Mas prefiro não falar disso agora porque dizem que dá azar e, como ainda ontem passou um gato preto à minha frente, não quero abusar da sorte.
in Revista Sombra

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