Luar do Minho é uma nova associação que nasce para ser plataforma de entendimento da “esquecida” cultura galaico-portuguesa. Direcção quer mais redes de intercâmbio entre entidades

Com o objectivo de preencher uma lacuna cultural transfronteiriça, um grupo de amigos de Valença acaba de constituir a Luar do Minho – Associação Cultural e Artística, com abrangência aos cinco concelhos do Vale do Minho e do Baixo Minho Galego. Criticando uma “deficiência” na promoção prática do património histórico e natural desta região transfronteiriça, o presidente da direcção explica que a ideia é dar um impulso necessário às várias entidades para que criem laços mais fortes, porque ainda estão de “costas voltadas”. António Vilarinho diz que a Luar do Minho pretende ser uma plataforma de entendimento entre o Vale do Minho e o Baixo Minho Galego, produzindo conhecimento sobre a realidade galaico-minhota, através da criação de redes culturais entre várias entidades. Mais do que existe realmente, a nova associação quer valorizar o “quem somos”, o património imaterial. No entanto, o presidente da direcção diz que a elevação destes valores a património da Unesco é “para já, um voo muito alto”, dado que é preciso, numa primeira fase, um longo trabalho de sensibilização da comunidade transfronteiriça. Apesar de registada recentemente, a Luar do Minho já conta com uma agenda de Verão preenchida. Para começar um evento cultural a realizar-se na Alfândega de Valença, o “Verão musical”, que visa um intercâmbio musical entre professores e alunos, e ainda um outro certame para as ruínas do Convento de Sanfins, aliando música, história e gastronomia dos dois lados da fronteira. Promover eventos com destaque para o valor patrimonial da região, acções de formação e novas formas de intervenção artística, bem como produzir e realizar projectos artísticos, estas são algumas das prioridades de uma nova associação do vale do Minho e baixo Minho Galego, a Luar do Minho. Alguns eventos já estão agendados, o próximo passo é conseguir integrar a estrutura das Universidades do Minho e de Vigo, bem como sentar à mesma mesa as comunidades, associações e até câmaras municipais dos dois lados da fronteira, alertando-os para a importância de unir esforços na divulgação do património cultural e natural existente.

in Rádio Vale do Minho