Aos 31 anos de idade, David Moreira quebrou muitas barreiras para ser o que hoje é. Tatuador de profissão e apaixonado pelo que faz, o valenciano assentou raízes na cidade que o viu crescer e abriu o seu próprio estúdio. Aos 29 anos de idade tirou a sua primeira formação na área das tatuagens e a partir de aí nunca mais parou. O apoio incondicional da família e da namorada foram fundamentais para a ascensão do artista. Adorado por muitos e criticado por outros, David Moreira já tatuou mais de três mil pessoas e promete não ficar por aqui. O Minho Digital foi conhecê-lo um pouco melhor.
MINHO DIGITAL (MD) - David, quando e como decidiu que se ia dedicar se a tatuar? Que idade tinha então?
DAVID MOREIRA (DM) - Sempre gostei de desenhar e de arte. Foi então que a minha namorada me incentivou a tirar formação e sem hesitar foi o que fiz! Tinha eu então 29 anos!
MD - Como iniciou a sua formação na área das tatuagens?
DM - Tirei formação na área de tatuagens na cidade do Porto.
MD - De que forma aprendeu a tatuar? Em que materiais fez as suas primeiras experiências?
DM - Fui treinando na pele porco pois é ai que todos os iniciantes praticam para desenvolver as suas capacidades!
MD - Que imagens/desenhos prefere tatuar? Com que tipo de tatuagem se sente mais confortável?
DM - Gosto de todas um pouco apesar da que me dá mais gozo são linhas/traços finos e delicados assim como também gosto de um estilo de tatuagens chamado Aquarela que basicamente é um estilo com traços suaves e cores vibrantes que assenta melhor em pessoas com um tom de pele claro.
MD - Tem o seu próprio estúdio em Valença, onde reside atualmente. Entendo que era esse um dos seus máximos objetivos.
DM - O meu estúdio em Valença situa-se no centro comercial Antas loja nº4. É aqui que trabalhos todos os dias, muitas horas, realizando um dos meus principais objetivos!
MD - O David chegou a tatuar em vários estabelecimentos em Valença, cabeleireiros, casas de estética… Como era gerido, nessa época, a utilização do espaço? Era-lhe exigida alguma percentagem sobre os clientes que tinha por dia?
DM - Sim já tatuei em vários estabelecimento (cabeleireiros, estéticas) tanto em Valença como no Porto, em Viana do Castelo, em Celorico e mais alguns locais. Sim, tinha de contribuir sempre com uma percentagem aos proprietários dos estabelecimentos.
MD - Continua a apostar na sua formação? Participa em workshops em Portugal e no estrangeiro?
DM - Sim claro! A formação é para mim a base para atingir níveis de satisfação elevados. Brevemente vou participar num workshop em Barcelona!
MD - Os clientes do David costumam pedir tatuagens difíceis de concretizar? Qual foi o seu maior desafio até hoje?
DM - Tenho um pouco de tudo a passar no meu estúdio desde tatuagens pequenas e grandes, mais elaboradas e menos elaboradas. Os maiores desafios são sempre as coberturas de tatuagens, visto que estamos a fazer uma tatuagem em cima de outra!
MD - Tem clientes fidelizados ao seu trabalho?
DM - Tenho clientes que vêm de todos os sítios. Pessoas aqui de Valença, de Monção, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira, Esposende, Barcelos, Porto, Póvoa do Varzim, Ponte de Lima e de Melgaço. Também tenho, cada vez mais, clientes espanhóis e muitos imigrantes dos Estados Unidos, Suíça, Canadá, França e Luxemburgo que procuram o meu trabalho.
MD - Para si, a nível de cuidados de pele, é mais conveniente tatuar a preto ou a cores? Qual das duas requer mais manutenção por parte do cliente?
DM - Todas as tatuagens requerem manutenção. Porém as tatuagens de cores querem maiores cuidados visto que as cores têm tendência a desgastar-se mais facilmente.
MD - Descreva o perfil do seu cliente. É aquele que já leva consigo o desenho que pretende que o David tatue ou, por sua vez, é o cliente que lhe pede sugestões?
DM - A maioria dos clientes que me procuram já conhecem bem o meu trabalho assim sendo pedem-me sempre opinião. Normalmente para a elaboração dos desenhos existe sempre uma troca de ideias entre cliente e tatuador!
MD - Que conselhos pode o David dar a alguém que esteja a pensar ser tatuador?
DM - Penso que o mais importante é ter jeito para o desenho. A força de vontade e a dedicação são as grandes armas!
MD - Sente algum tipo de preconceito, por parte de algumas pessoas, face ao seu trabalho?
DM - Penso que cada dia existe menos discriminação em relação aos tatuadores.
MD - A nível profissional, qual é o seu maior sonho?
DM - O meu maior sonhos é viajar pelo mundo podendo assim expandir o meu trabalho por outros países.
MD - Alguma vez pensou estar onde está neste momento? É uma pessoa realizada?
DM - Luto todos os dias para melhorar e chegar mais longe. A ambição é o meu alimento. Sim, sou uma pessoa realizada mais ainda por fazer o que mais gosto, que é tatuar!
Por Liliana Gonçalves in Minho Digital
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