quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Rudesindo Soutelo un Tudense Emérito


Nasceu a 29 de Fevereiro 1952 em Valdrães - Tui (Galiza). Estudou nos Conservatórios de Vigo, Madrid e Schaffhausen (Suiça), sendo discípulo de Rodolfo Halffter e Agustín González de Acilu em composição, e de Janos Meszaros em fagote.
Em 1972 fundou as Juventudes Musicais de Vigo e em 1976, com o grupo Letrinae Musica, apresentou em Compostela e Vigo o movimento novo-neo-new-dadá Quadrado de Pi para sacudir a infâmia que deitara no país o excrementíssimo ditador. Em 1980 criou a editora de música Arte Tripharia onde gerou um amplo catálogo de partituras e a colecção Corpus Musicum Gallaeciae. Também promoveu revistas polémicas como “La Matraca”, feita por estudantes do Real Conservatorio S. de Música de Madrid, e “Da Capo” (Panfleto musical independiente del país).
Junto com Janos Meszaros elaborou em 1986 o projecto para uma escola internacional de música no conjunto histórico de Nuevo Baztán, povo e palácio barroco construído por Churriguera a 45 km de Madrid, mas as rivalidades da mediocridade política frustraram qualquer sucesso.
Alguns dos títulos das suas obras como o Oppius dei parecem ter uma intencionalidade beligerante, mas são só uma maneira algo irreverente, divertida e sonora de se rir das capelinhas de medíocres que pretendem controlar a música. Como compositor considera-se auto-excluído das máfias, dos grupos de poder e de qualquer ente que não defenda o direito dos criadores a viver do seu trabalho.
Das obras mais recentes devem ser destacadas: Prelúdio da Montanha Mágica, homenagem a Thomas Mann (Piano); Como a noite é longa, homenagem a Fernando Pessoa (Flauta-Oboé-Clarinete); Lábios de sabor a mar, (Coro a cappella, com versões para Quinteto de Metais, e para Voz e Piano); Quod nihil scitur, homenagem ao filósofo Francisco Sanches 'o céptico' e in memoriam J. M. Álvarez Blázquez (Órgão); Tálamo e túmulo, homenagem ao polígrafo Ricardo Carvalho Calero (Orquestra de Cordas); Borobó e Manuel María, (duos de Gaitas de fole); Brêtema de Dom Quixote, e André, (Piano); Alva (Violino solo); O corvo da liberdade, a vontade que desafiou Deus, homenagem a Miguel Torga (Quinteto de sopros), encomenda da D.R. Cultura do Norte do Ministério da Cultura de Portugal, e incluída no filme de João Botelho "A terra antes do céu"; Saraquel (2 violinos); Minho azul (Banda sinfónica); Deu-la-deu, (Suite para Guitarra) dedicada à AGLP (Academia Galega da Língua Portuguesa); O anel de Giges (Clarinete solo); Violetas p'ra 2 (2 Violas). Toda a sua obra foi publicada em Arte Tripharia e há Teses de Doutoramento onde se estuda e analisa.
Assim mesmo, tem publicada uma colectânea de 93 artigos sobre música erudita e a incultura política galega aparecida na secção `O Bardo na Brêtema´ do hebdomadário galego A Nossa Terra. Nos Colóquios da Lusofonia, celebrados em Bragança em Outubro de 2006, apresentou uma comunicação posteriormente revista e publicada no Boletim da AGLP número 1 (2008) com o título Por un Corpus Musicum em liberdade. Actualmente escreve para o A Aurora do Lima (Viana do Castelo) -o jornal mais antigo da Europa- e para o As Artes entre as Letras (Porto). É membro da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e defende a criação como um acto de liberdade. Também é um activo defensor dos direitos dos trabalhadores intelectuais porque isso encoraja a criação e o desenvolvimento económico, social e cultural.
Académico Fundador da AGLP (Academia Galega da Língua Portuguesa).

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