segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Galiza ambiciona cuidados de saúde comuns a minhotos e galegos


O alcaide de Tui, na Galiza, admitiu na sexta-feira a disponibilidade das autoridades daquela região espanhola para um acordo que permita a utilização, por portugueses, do novo Centro de Saúde da cidade galega, avança a agência Lusa.
"Há toda a disponibilidade para que se faça um protocolo que permita aos utentes portugueses utilizarem o novo Centro de Saúde de Tui, que vai começar a ser construído. A questão da Saúde é um eixo fundamental para a nossa eurocidade com Valença", explicou à Lusa o alcaide Moisés Rodriguez.
A construção deste novo Centro de Saúde em Tui, que integrará o serviço público de saúde espanhol, deverá arrancar dentro de dias, já tem licenciamento municipal e para 22 de Fevereiro está agendada uma reunião das autoridades galegas, para definir o calendário da obra, a concluir até 2013.
"Acho que não será difícil obter um acordo entre Portugal e a Galiza. A chave está numa colaboração mútua e na não duplicação de recursos, sobretudo numa altura tão complicada como esta. Estarmos prestes a começar a obra é uma boa noticia, também para os portugueses", disse ainda o autarca de Tui.
O tema da Saúde foi, de resto, um dos principais eixos apontados durante a formalização, esta sexta-feira, da segunda eurocidade ibérica, entre Valença e Tui.
"Falta um convénio entre os dois países para tornar efectiva a utilização conjunta do futuro equipamento. Estamos a avançar em todos os âmbitos da cooperação transfronteiriça, e também nesta área da saúde", admitiu o director-geral para as relações externas do Governo da Galiza.
À margem da cerimónia formal de constituição da nova eurocidade, Jesús Gamallo lembrou que Portugal e Espanha "já têm um acordo" em termos de cuidados de saúde nas zonas de fronteira, pelo que falta apenas "efectivar" o caso de Valença-Tui.
Recorde-se que desde 2010 que a cidade de Valença não dispõe de urgências, com o encerramento nocturno do Centro de Saúde local, o que levou muitos utentes a dirigirem-se para a actual unidade de Tui.
"Houve uma procura maior na altura, é uma verdade. Mas o simples facto de a população saber que tem ali um serviço, a dois minutos de distância, é um factor de tranquilidade. Como para nós com os bombeiros, que não temos e chamamos sempre os de Valença", admitiu ainda o alcaide de Tui.
A cerimónia de constituição oficial da eurocidade decorreu no antigo edifício da alfândega de Valença, junto à ponte metálica, o mesmo local que nos últimos 125 anos "foi o grande ponto de contacto" entre Portugal e a Galiza, sublinhou o autarca português, Jorge Mendes.
"Este é um dos símbolos mais representativos da relação entre os dois países. E a eurocidade é, isso mesmo, um encontro de vontades de 35 mil habitantes de Valença e Tui, que passam a estar unidas, apesar da separação física feita pelo rio Minho e pela fronteira", realçou Jorge Mendes.
Apontou o "aproveitamento das sinergias dos equipamentos públicos" das duas localidades, como um dos objectivos da eurocidade, sendo a Saúde um dos casos, mas não só.
A gestão partilhada de equipamentos será feita na Piscina Municipal de Valença, em que 45 por cento dos utilizadores são galegos, e no Conservatório de Musica de Tui, muito frequentado pelos habitantes da cidade minhota.
"É uma cooperação que já acontece há muito mas que agora passa a ser efectiva em todos os planos", rematou o autarca de Valença.
in RCM

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