segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ministério substitui professora acusada de provocar depressões


Escola básica de Granda, em Valença instaurou processo de averiguações a docente que coloca alunos a ver filmes e desenhos animados. Pais vão boicotar as aulas, esta terça-feira, apesar de já ter sido anunciada a troca de professora.

O ministério da Educação garantiu hoje que uma segunda docente vai acompanhar os cerca de 15 alunos de uma escola de Valença enquanto decorre um processo de averiguações à professora titular.
"A escola instaurou um processo de averiguações, sendo que enquanto este decorre a turma foi atribuída a outra docente. Esta informação já foi transmitida aos encarregados de educação", disse hoje à Lusa fonte do ministério da Educação.
Pelo menos 15 crianças da escola básica de Gandra, Valença, tinham anunciado para terça-feira um boicote às aulas, com os pais e encarregados de educação a exigirem a substituição "imediata" de uma docente e do diretor.
Pais contra "substituição provisória"
"A substituição provisória não vem resolver nada porque a outra professora, desde que apresentamos queixa no agrupamento, está de baixa e há mês e meio que já tem sido uma outra a acompanhar aqueles alunos. Queremos a resolução definitiva para isto e por  isso, às 9h, vamos estar todos à porta da escola", disse à Lusa Félix do Paço, porta-voz dos pais daquela escola.
A situação envolve alunos do terceiro e quarto ano, que, afirmam os pais, são colocados pela professora em causa "toda a manhã" a assistir a filmes e desenhos animados, acompanhados apenas por uma auxiliar.
Acrescentam que a situação está a gerar "ansiedade" junto das 15 crianças afetadas e que algumas já estão ser avaliadas por psicólogos.
"A minha filha tem dez anos e consulta marcada no psicólogo para 19 de abril. A miúda está deprimida e perdeu a vontade de ir para a escola", explicou Félix do Paço.
Situação acontece "praticamente desde setembro"
Garantem que a situação acontece "praticamente desde setembro" e que está "tudo documentado", nomeadamente pela presença que começaram a marcar na escola, durante o período de aulas.
"Como é que podem estar bem, aprender alguma coisa, quando de manhã estão a ver filmes e à tarde a passar os deveres para casa?", questiona este pai.
Acrescenta que o protesto que se inicia à porta da escola esta terça-feira - o primeiro dia de aulas após a interrupção letiva da Páscoa -, foi decidido em reunião de pais, "vai durar todo o dia" e será "para continuar".
"É um protesto pacífico para continuar até que alguma coisa se resolva. Além desta professora, queremos a substituição imediata do diretor da escola, porque até hoje foi conivente com a situação, nada fez para a alterar", diz Félix do Paço.
Contactada pela Lusa, Ângela Evangelista, presidente do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, de Valença, confirmou a existência de um processo de inquérito "para apurar se houve alguma violação do dever da professora".
"Até termos este procedimento concluído, que decorre num prazo de 45 dias, não podemos dizer nada", afirmou ainda a responsável.
A escola de Gandra é frequentada atualmente por 28 alunos, entre o primeiro e quarto ano de escolaridade e o ministério da Educação garante que a Direção Regional de Educação do Norte "está a acompanhar o processo".

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