segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Empreendedorismo e cooperação com a Galiza são fatores de crescimento


Combater o problema da empregabilidade dos jovens licenciados, dotando-os de todas as ferramentas necessárias para criarem o seu próprio emprego, e dinamizar a economia regional são as prioridades apontadas por João Paulo Vieito. O diretor da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESCE-IPVC) destacou importância da formação na conferência comemorativa do 11.º aniversário do início da atividade em Valença.
A ESCE criou este ano um projeto de ensino inovador ao nível de licenciaturas.
A partir de agora todos os estudantes que ingressam em qualquer licenciatura desta escola estão obrigados a desenvolver um plano de negócio ao longo dos três anos do curso. Este projeto integra mais de 40 docentes das diversas unidades curriculares, que vão estimular o espírito de iniciativa e apoiar os alunos a criarem o seu projeto de forma progressiva e multidisciplinar. “A prática habitual no ensino superior, ao nível de licenciaturas, consiste em pedir aos estudantes para desenvolverem um plano de negócio numa unidade curricular de empreendedorismo que normalmente se concentra no último ano do curso ou até no último semestre apenas. O tempo disponível é muito curto e o que acaba por acontecer na grande maioria das vezes é que os projetos não chegam a ficar suficientemente maduros para serem implementados. Queremos que os nossos alunos pensem numa ideia de negócio desde que entram na escola e a desenvolvam de forma integrada em cada unidade curricular”, evidencia João Paulo Vieito, diretor da Escola Superior de Ciências Empresariais.
O projeto conta com o apoio do IAPMEI, do Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL), da Câmara Municipal de Valença, do Parque Empresarial de Valença Interminho – que disponibiliza espaço para alojar os projetos mais promissores no momento da sua conclusão – e ainda da Caixa de Crédito Agrícola do Noroeste, entre outras parcerias estabelecidas com instituições públicas e privadas, no sentido da facilitação de acesso a programas de financiamento, bem como a bases de dados que possibilitem a pesquisa de mercados.
Projeto em marcha
Neste primeiro semestre foram já desenvolvidos na Escola vários workshops de motivação e iniciativa empreendedora dirigidos aos estudantes do primeiro ano e no início do segundo semestre será feita uma primeira avaliação das ideias dos alunos, para que comecem desde logo a ser trabalhadas paralelamente a cada unidade curricular. “Do conceito à prática vai um longo caminho e é fundamental testar as ideias, designadamente ao nível da viabilidade financeira. Pretendemos que cada estudante no final da licenciatura tenha já um plano de negócio suficientemente trabalhado e testado, nomeadamente ao nível da pesquisa de investidores, para que, caso assim o queira, possa colocar essa ideia em acção”, salienta João Paulo Vieito que afirma também querer fazer da ESCE-IPVC uma escola de empreendedores.
Fruto da situação económica atual, muitas das pequenas e médias empresas têm vindo a desaparecer. A ESCE-IPVC pretende com este projeto centram no indivíduo a solução para os seus problemas, reciclando o tecido empresarial com novos negócios preparados para concorrer no contexto internacional.
Exportações no Alto Minho duplicam em 10 anos
“As exportações do Alto Minho duplicaram em 10 anos, mas o PIB da região manteve-se constante” - afirmou Luis Ceia na conferência que celebrou o 11.º aniversário da Escola Superior de Ciências Empresariais, em Valença.
O presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo lamentou que a região tenha abandonado a indústria cerâmica e as indústrias de pesca. Para já, existe falta de investimento em investigação e há pouco valor acrescentado. A região tem bastante potencial pelo aproveitamento do mar, florestas, e condições favoráveis ao setor agrícola.
Situação na Galiza tende a melhorar
“A Euroregião Galiza/Norte de Portugal é apontada como um exemplo a seguir” – afirmou Jorge Mendes, na conferência organizada pela ESCE. Para o presidente da Câmara de Valença, a cooperação transfronteiriça é cada vez mais integradora. Em sua opinião, o pior já passou em relação à crise na Galiza e existe alguma dinâmica dos dois lados da fronteira. Ainda assim, os espanhóis ficaram mais moderados no consumo, gastando agora menos nas compras que fazem em Portugal.

in Jornal Vida Económica

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